O David é parte da minha família tuga em Oslo. Vive cá há cerca de 6 anos e é treinador de futebol no Vålerenga Fotball Elite. É das pessoas com mais capacidade de trabalho que já conheci. Ele não se acomoda, ele está sempre a tentar melhorar e merece colher todos os frutos que a dedicação dele lhe trouxer. Para além disso é um cozinheiro de mão cheia e o maior responsável de sairmos de casa dele a rebolar. Tem uma mulher e uma filha lindas (e dos melhores achados que fiz na Noruega) e está a dias de ser pai novamente. Este é o David.
Foi um misto das duas, para ser sincero. A minha esposa já cá estava antes de eu vir, entretanto vim cá de ferias, estabeleci uns contactos e mais tarde acabei por vir para abraçar o projeto onde estou hoje, por isso posso dizer que uma coisa levou a outra.
Quais as principais diferenças que encontras entre trabalhar em futebol em Portugal e na Noruega?
Penso que em Portugal leva-se mais a sério o futebol. Está mais culturalizado que aqui. A mentalidade também é um pouco diferente.
Do que gostas mais nos noruegueses cultura norueguesa?
Da forma de ver e encarar a vida... Da forma como eles gerem as prioridades e o tempo que têm no dia-a-dia, não têm o frenesim de vida como nos temos em Portugal.
E o que é que te tira do sério?
Falta de ambição. Sinto que por vezes é um povo confortado com aquilo que tem. Falta de competitividade. Numa fase inicial é um povo difícil de socializar e muito reservado na sua vida, mas aos poucos as coisas ficam melhores.
Quais são as principais diferenças entre ser pai e criar uma filha em Portugal e na Noruega?
O tempo que temos para estar presente na vida dela que provavelmente não teríamos se estivéssemos em Portugal; a liberdade e a forma de crescer que as crianças ainda podem ter mesmo vivendo na capital, coisa que em Portugal já não e tao fácil.
Do que tens mais saudades em Portugal?
Ui... Família, poder estar presente e não ver tudo a acontecer apenas pelo telemóvel; Amigos; comida, o cheiro de praia, tenho saudades de apenas poder estar lá sem o stress de ter que fazer as malas para voltar.
Imaginas-te a viver aqui muito mais tempo?
Sinceramente penso bastante nessa pergunta e não é fácil responder. De uma forma ponderada e responsável digo-te que sim, principalmente devido à estabilidade que o país nos proporciona e à forma como o resto da minha família esta integrada aqui. Impulsivamente digo-te que não...
Was it your choice or did it just happen that you end up in Norway?
It was a mix of both, to be honest. My wife was here before I came, then I came on vacation, established some contacts and later I ended up coming for good in order to embrace the project I am in today.
What are the main differences you find between working in football in Portugal and Norway?
I think that football is taken more seriously in Portugal. It's more a cultural thing than in here. The mindset is also a little bit different.
What do you like most about Norwegians and the Norwegian style?
The way they see and face life... The way they manage their priorities and their time in everyday life, they don’t have this crazy and busy lives as we normally have in Portugal.
And what pisses you off?
The lack of ambition. I feel that sometimes people are just ok with what they have. Lack of competitiveness. Also, when you meet them at first, people are difficult to socialize with and very reserved regarding their personal life, but things get slowly better.
What are the main differences between being a father and raising a daughter in Portugal and in Norway?
The time we have to be present in her life, time that we probably wouldn't have if we were in Portugal; the freedom that children can still have even living in the capital, something that is not so easy in Portugal anymore.
What do you miss the most in Portugal?
Ufff... My family. To be able to be present and not just see everything happening through a cellphone. Friends; food, the smell of the beach; I miss being able to just be there without stressing because I have to pack to go back.
Can you imagine living here much longer?
I honestly think about that a lot and it’s not easy to answer that question. In a thoughtful and responsible way I would say “yes”, mainly due to the stability that the country gives us and the way the rest of my family is integrated here. Impulsively I would tell you “no”...
Well, David, I hope that neither you nor your family leave soon. At least before me!